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HISTÓRIA DA CIDADE

O nome Reims é de origem celta, da linhagem belga dos Remi. Os romanos chamavam-lhe Durocortorum; era acessível por oito estradas comerciais. César em 57 a.C. fez dela a capital da Gália conquistada.

Foi sede episcopal e os arcebispos de Reims exerceram funções importantes na história de França. Na catedral construída no local onde o rei dos Francos Clóvis foi batizado pelo arcebispo São Remígio, foram coroados quase todos os reis de França a partir de 987. A santa guerreira Joana d’Arc, após a vitória de Orleães e a libertação do rei que tinha sido “exilado” em Bourges, acompanhou Carlos VII a Reims para a cerimónia de coroação a 17 de julho de 1429, mas foi surpreendida e capturada pelos borgonheses, julgada por heresia e condenada à fogueira.

Durante a Primeira Guerra Mundial, Reims foi continuamente bombardeada pela artilharia alemã durante quatro anos e teve 80% dos seus edifícios destruídos ou danificados, incluindo a catedral, que foi imediatamente reconstruída. A Segunda Guerra Mundial também causou graves danos a Reims. A 7 de maio de 1945, foi aí assinada a rendição da Alemanha aos Aliados e repetida no dia seguinte em Berlim, na presença dos russos (data oficial).

Reims é famosa sobretudo pela produção de vinho champanhe, que é exportado para todo o mundo. O champanhe recebe o nome da região com solos argilosos e ondulados, pobres e dedicados ao pastoreio de ovelhas; Já na época romana, o cultivo da vinha florescia nas encostas soalheiras. De facto, São Remígio menciona as vinhas no seu testamento escrito em 533.

Se a produção de champanhe distingue Reims, este não é o seu único recurso, pois também existem outras indústrias na região, entre as quais a indústria têxtil.

 

CLÓVIS

Viveu de 466 a 27 de novembro de 511. Foi o primeiro rei dos francos a unir totalmente a nação bárbara. Sucedeu a seu pai Childerico I, em 481, como rei dos francos salianos, uma das várias tribos francas que ocupava a região oeste do baixo Reno. Converteu-se ao catolicismo, em oposição ao arianismo comum entre os povos germânicos, por influência da sua esposa Clotilde. Este ato foi de uma grande importância para a história futura de França e para toda a Europa Ocidental. A partir daqui, Clóvis chega a expandir os seus domínios sobre quase toda a antiga província romana da Gália. É considerado o fundador da França e da dinastia merovíngia, que governou a França nos dois séculos seguintes.

 

 

CATEDRAL DE NOTRE-DAME

A catedral de Reims, do século XIII, dedicada a Nossa Senhora, é uma das expressões mais espetaculares da arquitetura gótica na Europa, com a sua fachada deslumbrante e inúmeras decorações esculturais. Possui uma grande rosácea com 12 metros de diâmetro e três ricos portais. Duas torres truncadas que atingem os 82 metros completam a harmonia esplendorosa da obra.

As coroações dos reis de França tiveram lugar aqui, a partir de 987, com a coroação do conde de Paris, Hugo Capeto, até 1825, com a coroação de Carlos X.

A igreja actual foi construída no local de catedrais anteriores. A primeira foi construída pelo bispo Nicasio no século IV, sobre as ruínas de uma igreja proto-cristã que se encontrava nos banhos galo-romanos do antigo Durocortorum, e foi consagrada em 401 pelo próprio Nicasio. A igreja foi dedicada a Nossa Senhora. Em 407 o bispo Nicasio foi martirizado pelos vândalos. 

Em Reims, Clóvis foi batizado pelo bispo D. Remígio, em 496, tornando-se assim o primeiro rei católico dos Francos. Em 852, foi extensivamente restaurado, remodelado e reconsagrado pelo Bispo Hincmar. Em 1210 foi completamente destruída por um incêndio que deflagrou no centro da cidade. A 6 de maio de 1211, o Arcebispo Aubry de Humbert iniciou a construção da atual catedral gótica. A construção foi realizada por quatro arquitetos que se sucederam (Jean d’Orbais, Jean-le-Foup, Gaucher de Reims e Bernard de Soissons) e a maior parte do edifício foi concluída em 1275. As torres foram concluídas em 1475.

Durante a Revolução Francesa, foi transformado no “Templo da Deusa da Razão” e muitos dos móveis antigos foram dispersos ou destruídos.

Em 1875, a Assembleia Nacional Francesa votou o financiamento da reparação da fachada e das balaustradas. A fachada é a parte mais bonita do edifício e uma das grandes obras-primas da Idade Média. 

Em 1914, durante a Primeira Guerra Mundial, o fogo de artilharia alemão destruiu partes importantes da catedral: o telhado, a maior parte do teto abobadado e vários elementos decorativos (incluindo os ciclos esculturais do portal principal) ruíram, os vitrais (em grande parte substituídos durante o século XVIII, de acordo com a moda da época). Ao desastre provocado pela guerra seguiu-se um esforço significativo de restauro e reconstrução, possível também graças ao financiamento da família Rockefeller.

LEÃO DEHON E REIMS

VIAGEM DE LEÃO DEHON PARA ROMA

14 de outubro de 1865

“Esta partida marca uma etapa na minha vida. Foi muito tocante e muito doloroso. Era 14 de outubro. Tive de passar por Soissons para ver o Bispo Dours. Os meus bons pais levaram-me a Notre-Dame de Liesse e depois estação de Saint-Erme [Outre-et-Ramecourt]. Custou-lhes tanto separar-se de mim! Parecia-lhes que me estavam a perder para sempre […].

Estava prestes a iniciar os meus estudos eclesiásticos sob os auspícios de Notre-Dame de Liesse […]. Depois de ter visitado de passagem, mas de forma distraída, o castelo dos príncipes do Mónaco em Marchais, despedi-me da minha família em Saint-Erme [Outre-et-Ramecourt], e esta despedida não ocorreu sem lágrimas amargas. O meu pai e a minha mãe estavam a chorar, como poderia eu não chorar também?

Estas despedidas confirmaram-me sacrifícios que não se fazem sem lágrimas, mesmo quando a parte mais elevada da alma sente uma alegria sobrenatural.”

Catedral de Reims

“Dirigi-me para Soissons passando por Reims. Entro em êxtase diante da mais graciosa das nossas catedrais. Admiro os seus três pórticos delicadamente esculpidos, a sua escultura impressa em austera piedade, os seus poderosos contrafortes; e no interior, a sua nave harmoniosa, embora algo estreita, os seus baldaquins intensamente coloridos, especialmente as rosáceas dos transeptos.

Na arquidiocese, visitei o salão nobre de coroação e conheci o bibliotecário do Cardeal Gousset, o Padre Gauthier, um velho bretão de bom humor e profundo saber, amigo e colaborador do historiador Rohrbacher. Venerei apressadamente o túmulo de São Remígio na sua antiga basílica românica e, curioso por reviver na minha imaginação a antiga cidade galo-romana, procurei as pegadas na porta de Marte e o túmulo de Jovin. À noite, cheguei a Soissons […]” (NHV, IV, 116-117).

 

CONGRESSO EUCARÍSTICO DE REIMS

25 a 29 de julho de 1894

“Que belos encontros, e quão nobre e pura é a sua finalidade: adorar Jesus-Eucaristia e falar do seu amor! O cenário é magnífico: o antigo palácio dos arcebispos de Reims, a maravilhosa catedral de Notre-Dame de Reims, a antiga basílica de Saint Remi.

Esta catedral de Reims é a rainha das catedrais góticas. Que visão admirável é aquele portal cheio de estátuas, os dosséis, os pináculos, as rendas, as coroas e as torres. E esta galeria de reis com as suas belas esculturas; este batismo de Clóvis que domina todo o frontão; estas torres admiráveis, inigualáveis, através das quais podemos ver, numa perspectiva maravilhosa, os contrafortes e arcobotantes, como uma floresta de pedras talhadas e floridas. E este portal que conta a história do martírio de São Nicaise (n.t.: antigo bispo de Reims)!

No interior, há janelas brilhantes e tapeçarias antigas nas quais a vida da Santíssima Virgem é traçada por fios de seda multicolores.

É preciso permanecer até à noite, de pé na abside, para admirar o jogo dos últimos raios de sol que penetram pela rosácea do portal e formam contrastes de claro-escuro sob as abóbadas e através das galerias, naves e colunas. É uma perspetiva incrível!

Enquanto os olhos se enchem de belezas, o pensamento regressa aos grandes dias das origens de França. Testemunha o batismo de Clóvis e dos Francos, remonta ao esplendor da história, participa na alegre coroação de quarenta e quatro reis, consagrados sob esta abóbada com o óleo da Lâmpada sagrada. A França vê Joana d’Arc ao lado do belo Delfim que se tornou Carlos VII, e a auriflama de Saint-Denis com a bandeira da Pulcelle (La Pulcelle d’Orléans = Joana d’Arc).

Poderemos um dia ver a bandeira do Coração de Jesus a flutuar no meio de um povo entusiasta perto do Baptistério de Clóvis e em França!

Este foi o nono grande congresso eucarístico organizado pelo comité franco-belga […].

Que grande reunião houve em Reims! Era como um resumo e uma quinta-essência da Igreja. Havia cardeais, bispos do Oriente e do Ocidente, abades, prelados, religiosos de toda a espécie, padres, homens do trabalho. Alguns nomes me farão recordar melhor a fisionomia deste pequeno Concílio Eucarístico […].

Todas as autoridades, todas as forças vivas da Igreja, estavam representadas por alguns delegados.

O programa foi lindo. Abordou a história da Eucaristia, o seu culto, os seus milagres, os seus monumentos. Falámos das obras eucarísticas, da Eucaristia e das obras sociais, da Eucaristia e do Oriente.

Havia reuniões especiais para crianças na igreja de Saint-Jacques. O Pe. Durand sabia interessá-los, tocá-los, fazê-los rezar e cantar! Há mil aspetos que dizem respeito à infância e à Eucaristia.

Na manhã do dia 26, foram apresentadas interessantes conferências sobre o simbolismo do altar, sobre o apostolado da oração, sobre a Missa reparadora, sobre a Comunhão reparadora. O Pe. Gerbier, diretor do seminário de Poitiers, recorda a íntima relação entre a devoção ao Coração de Jesus e a devoção eucarística. A Eucaristia é o dom do Sagrado Coração. A devoção ao Coração Eucarístico de Jesus não foi totalmente condenada em Roma, mas apenas as imagens que representam o Coração de Jesus na hóstia. O Cardeal Lecot apoia esta moção e recorda que em Genazzano há uma bela pintura que representa o Coração de Jesus a distribuir a Eucaristia.

Às 2 horas, segunda secção. São mencionadas memórias regionais: o culto eucarístico e os seus milagres em Reims, Chalons, Braine, Soissons e Laon.

O reverendo padre Delaporte deveria ler um relatório sobre a Eucaristia e a vida nacional da França. Faltou esta apresentação, mas temo-la nos relatórios. Está repleto de grandes visões e acontecimentos interessantes sobre o reinado social de Jesus Cristo em França.

À noite, na igreja de Santo André, ouvimos um belo discurso do Padre Lemius sobre os planos do Coração de Jesus para França. O sacerdote diz-me que se inspirou na nossa Revista.

Sexta-feira, os relatórios mais interessantes sobre as igrejas orientais. Todo este assunto foi completamente esclarecido. Estes relatórios permanecerão como um pano de fundo de informações valiosas sobre as igrejas orientais e a união.

Sábado, continuação dos mesmos estudos. Interessante relatório do Padre Tondini sobre as esperanças de unidade da Igreja Russa. Discurso de Monsenhor Thiébaut do Círculo de Reims sobre a Eucaristia e o trabalhador. Este é um sinal dos tempos, o movimento democrático também penetrou nos Congressos Eucarísticos.

O Cardeal convidou-me para participar na mesa de honra e jantar no palácio do arcebispo. Honrarias exageradas. 

Passei em Reims três dias muito esclarecedores” (NHV, X, 105-112).

 

DEHON E REIMS 

Extratos da obra Leão Dehon e a sua mensagem de G. Manzoni sobre a atividade do Padre Dehon em Reims

No ano de 1875, de 23 a 27 de agosto, Leão Dehon participa no congresso da União das Obras em Reims. Verifica que há um vasto despertar de vida social cristã na França. As transformações sociais, como se sabe, não acontecem de um momento para o outro. Há grandes manifestações de caridade, mas não chega.

“Havia, na vida social, injustiças latentes, de que não nos dávamos perfeita conta. Era toda uma consciência social a refazer, e isso requeria tempo e sacrifício… Todas aquelas obras [de assistência] eram frágeis e insuficientes, uma vez que não iam ao fundo das coisas. O direito natural era violado pela organização económica geral. Um programa de reforma social começava a esboçar-se na comissão de estudos da Obra dos Círculos e nos primeiros escritos do grande Bispo de Mogúncia, Mons. Ketteler” (NHV XI, 146-147).

É uma observação interessante, um tímido início de Leão Dehon na superação de todo o tipo de paternalismo, por muito nobre que seja, na questão social. Estão presentes em Reims 1.000 congressistas, 80 dos quais são da diocese de Soissons. O seu apostolado social dava os primeiros frutos. Os trabalhos foram subdivididos em seis comissões. Leão Dehon, relator da segunda comissão, trata das assembleias diocesanas, da sua utilidade, da maneira de organizá-las, etc. Pode apresentar a sua experiência pessoal, a partir da recente assembleia de Liesse. O próprio Arcebispo de Reims, Mons. Langenieux, preside a todas as reuniões gerais. O clima é de grande confiança e entusiasmo, mas Leão Dehon faz esta observação:

“Com as dificuldades económicas, o socialismo ia retomando vigor. Os católicos teriam que compreender que a caridade não bastava, que era preciso abordar a questão da justiça social e elaborar um programa de reformas” (NHV XI, 150).

Durante o congresso de Reims, Leão Dehon reservou um dia para ir a Châlons, onde se realizava a reunião anual da Sociedade Francesa de Arqueologia, sob a presidência do amigo Leão Palustre. Continuava a ser membro dessa sociedade, recebia a sua monumental revista, mas já não podia dar-se ao luxo de ocupar-se de arte. 

Em 1876, de 25 a 30 de agosto, Leão Dehon participa no congresso das Obras Católicas para os operários de Bordéus, sentindo aí o mesmo entusiasmo, a boa vontade, o desejo de união dos congressos de Nantes, Lyon e Reims:

“Era a adolescência do nosso despertar social. Aí tudo era róseo, tudo jovem, tudo cheio de esperança; nenhuma divisão, nenhum desânimo. Parecia que estávamos para reconquistar a juventude, refazer as corporações e reanimar a vida social… Só que as obras de Deus não avançam com tanta facilidade. Era preciso que as provações as sacudissem para as consolidar”(NHV XII, 108).

É um juízo formulado com grande clareza crítica, ao menos 20 anos mais tarde. Terminado o congresso de Bordéus, Leão Dehon vai em peregrinação à humilde casa natal de S. Vicente de Paulo, para um lindo dia de oração (G. Manzoni – Leão Dehon e a sua mensagem, 237-238)

Depois da Rerum Novarum nascem numerosos grupos de estudo, dirigidos por sacerdotes. Primeiro, difundem-se pela região de Reims e das Ardenas, onde é determinante a influência de Val-des-Bois; depois, no Norte, no Oeste, em Paris e em Lyon.

De 20 a 22 de maio de 1893, realiza-se em Reims o primeiro Congresso dos Círculos Operários de Estudo, por iniciativa de Leão Harmel, com a aprovação de Leão XIII. O Padre Dehon não participa. Participa sim no segundo Congresso dos Círculos de Estudo de Reims de 12 a 15 de maio de 1894. Os participantes são 600, entre operários, empregados e capelães. 

“É um belo espetáculo – escreve no seu Diário –. Aí está o embrião de uma democracia cristã. São homens pouco instruídos, mas que estudaram as questões sociais e são dóceis às diretivas do sacerdote. Querem elevar a classe operária, mas não querem ir além da lei cristã” (NQT X, 109).

De 25 a 29 de julho (1894) participa no Congresso Eucarístico de Reims. Entre outros, é desenvolvido o tema: A Eucaristia e o operário.

“É um sinal dos tempos. O movimento democrático entra também nos Congressos Eucarísticos” (NQT X, 144-145).

De 23 a 25 de maio de 1896, participa em Reims no terceiro Congresso dos Círculos Operários de Estudo. São 600 os delegados. O Padre Dehon assume uma atitude de prudente reserva, quando se discute sobre a orientação

da democracia cristã. O Congresso decide fundar um partido democrático republicano. O seu conselho nacional será composto só de assalariados. Nascia assim um partido classista e caía-se inconscientemente no perigo da luta de classes de cariz socialista.

No Congresso participa também A. de Mun, com alguma inquietação e muitas reservas, mas lealmente, para não desencorajar os esforços dos trabalhadores cristãos e para testemunhar-lhes o apoio e simpatia que merecem. O Padre Dehon manifesta a sua admiração por esses trabalhadores. 

São pessoas de boa vontade, mas falta-lhes cultura e experiência sócio-política para criar uma democracia esclarecida.

“É, todavia, uma boa iniciativa agrupar e cultivar estas almas leais, para que avancem cada vez mais para a democracia. Há que temperá-la com o sal cristão” (NQT XI, 58r).

Convida todos a terem paciência e compreensão:

“É a infância da democracia cristã” (NQT XI, 58r).

Para o Padre Dehon, a democracia cristã, como já tivemos ocasião de dizer, não é um partido político, mas a organização de todas as forças sociais, sem distinção de classe, que se unem para se fazerem leis e se realizarem realizarem obras em favor do povo, observando, sem exceções, as leis do Evangelho.

Chegamos assim ao famoso Congresso Eclesiástico de Reims de 24 a 27 de agosto de 1896, organizado por Júlio Lemire, com a colaboração, a nível doutrinal, do Cónego Perriot e do Padre Dehon.62 Mons. Péchenard, Vigário Geral de Reims, aceitara a presidência, mas sem grande entusiasmo. “Quantos sereis? Uns cinquenta?”. Pois foram 700 sacerdotes. É o número mais provável; mais dos 500, de que fala o Padre Dehon no seu Diário. Tinham vindo de todas as dioceses de França. Foram dias de intenso trabalho. Debateram-se todos os problemas sociais à luz das encíclicas. Cada dia, ao fim da manhã, os congressistas reuniam- se para um exame particular, sob a orientação do Padre Dehon. Sua foi também a alocução da primeira tarde: É forçoso derrubar as barreiras erguidas ao anúncio do Evangelho.

No último dia, Mons. Péchenard, “comovido e entusiasmado”, pode referir ao Cardeal Lagénieux que as diretrizes de Leão XIII foram perfeitamente seguidas, e que nenhuma palavra foi pronunciada “que não fosse impregnada do mais profundo respeito pela autoridade dos bispos” (R. Prélot. L’Oeuvre sociale du Chanoine Dehon, 142).

O Padre Dehon assim se refere a este congresso no seu Diário:

“Nele, pode-se estudar a psicologia do bom sacerdote francês, generoso, dinâmico, empenhado no seu ministério. O programa é imenso. Abrange a ação, o estudo, a organização. J. Lemire faz o resumo de um grande número de comunicações. Estão ali expressas muitas boas ideias. No banquete de encerramento, o entusiasmo é delirante… Neste ‘pobre’ Congresso, tão sábio, tão prudente e tão bem orientado, não faltaram violentas contestações. Falou-se de presbiterianismo, de sínodo sem bispo, etc. Muito barulho por nada…” (NQT XI, 68v-69r).

De facto, muitos jornalistas haviam-se mostrado apreensivos perante estes “sacerdotes revolucionários… impacientes por sacudir o jugo da disciplina”, a ponto de “fazer tremer a hierarquia da Igreja na sua base” (H. Dorresteijn, scj, Vita e personalità di P. Dehon, 193).

Nesse mesmo mês de agosto de 1896, de 17 a 22, o Padre Dehon participara no terceiro Congresso da Ordem Terceira Franciscana, celebrado em Reims. Leão XIII, já em 1882, com a encíclica Auspicato concessum est, decidira renovar a Ordem Terceira, que se havia transformado numa confraria,

“piedosa e inofensiva, onde nada mais se fazia que rezar bem doze Pai-nossos e ouvir uma exortação sobre a humildade ou sobre a tibieza” (R. Prélot, L’Oeuvre sociale du Chanoine Dehon, 153).

De 1896, de 17 a 22, o Padre Dehon participara no terceiro Congresso da Ordem Terceira Franciscana, celebrado em Reims (NQT XI, 66V-67R: 17-22-8-1896). Leão XIII, já em 1882, com a encíclica Auspicato concessum est, decidira renovar a Ordem Terceira, que se havia transformado numa confraria,

“piedosa e inofensiva, onde nada mais se fazia que rezar bem doze Pai-nossos e ouvir uma exortação sobre a humildade ou sobre a tibieza” (R. Prélot, L’Oeuvre sociale di Chanoine Dehon, 153).

(Cf. G. Manzoni – Leão Dehon e a sua mensagem, 238 ss.)

Para mim, viver é Cristo (Fl 1,21). Quem poderá separar-nos do amor de Cristo? (Rm 8,39). Nunca um homem formulou um acto de amor tão vivamente apaixonado!
Padre Leão Dehon
Cristo tornou-Se meu irmão pela Encarnação, deu a sua vida por mim. Amo-O sem medida.
Padre Leão Dehon
Sem a Eucaristia, o Evangelho não cumpre todo o plano da união de Deus connosco: o Emanuel.
Padre Leão Dehon
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