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DIOCESE DE SOISSONS

Território

A diocese corresponde à região francesa de Aisne. A sede episcopal é a cidade de Soissons, onde se encontra a catedral dos Santos Gervásio e Protásio. 

A diocese de Soissons, Laon e Saint-Quentin estende-se por 7.378 km² e possui 41 paróquias e 6 zonas pastorais e 864 lugares de culto. Por ano celebram-se cerca de 3400 bastimos e mais de 600 casais fazem a preparação para o matrimónio.

O bispo é D. Renauld de Dinechin membro do Instituto Notre-Dame de Vie.

História

A diocese aparece atestada em documentos do final do século III com o bispo Diviziano, que, segundo a tradição era sobrinho dos santos Sisto e Sinício, fundadores da igreja de Reims e os primeiros evangelizadores do território dos Suessioni. Uma tradição reconhecida pelos bolandistas atribui a Sisto e Sinício a descoberta dos restos mortais dos primeiros mártires de Soissons: Crispim e Crispiniano.

O primeiro bispo historicamente documentado é Mercúrio, cujo nome se encontra nos atos do pseudoconcílio de Colónia em 346, durante o qual um grupo de bispos adotou a decisão do Concílio de Sardica a favor de Santo Atanásio. Mais conhecidos são os santos bispos Principio, irmão de São Remígio de Reims, e Lupo, seu filho, que participou no Concílio de Orleães em 511.

Augusta Suessionum, antiga Noviodunum, era a capital e o centro administrativo da civitas Suessionum, na província romana de Gallia Belgica seconda, como atesta a Notitia Galliarum do início do século V. Do ponto de vista religioso e civil, Soissons dependia da província eclesiástica da arquidiocese de Reims, a sede metropolitana da província.

Na Alta Idade Média, Soissons foi sede de vários concílios importantes da Igreja de França, presididos pelos reis carolíngios: em 744 com a presença de Pepino, o Breve, em 853 com Carlos, o Calvo, e em 858 com Luís II, o Germânico. Realizaram-se ainda outros concílios durante a Idade Média: em 1121 (ou 1122), em 1155 e em 1201.

Em 1176, com o bispo Nivelon de Quierzy, iniciou-se a construção da atual catedral de Soissons, concluída três séculos depois; a sua consagração deu-se a 5 de abril de 1479.

Durante o Antigo Regime, o bispo de Soissons tinha o privilégio de ungir o rei de França durante a cerimónia de coroação, substituindo o arcebispo de Reims no caso de aquela sede ficar vacante. Este privilégio provinha do facto de Soissons ocupar o segundo lugar na província eclesiástica de Reims.

O seminário diocesano foi instituído pelo Bispo Charles de Bourlon em 1668. A formação dos seminaristas, inicialmente confiada ao clero secular, em 1675 foi entregue aos Oratorianos. Confiscado em 1792, o seminário São Carlos serviu como hospital militar e só em 1814 é que recuperou a sua antiga utilização.

A antiga diocese estava circunscrita entre as dioceses de Noyon, Laon, Reims, Châlons, Troyes, Meaux, Senlis e Beauvais. No início da revolução, existiam mais de 400 paróquias, 8 igrejas colegiais, 25 abadias e um grande número de comunidades religiosas. O território foi dividido em 4 arquidiaconados (Soissons, La Rivière, Brie e Tardenois) e 18 decanados.

Na sequência da Concordata com a bula Qui Christi Domini do Papa Pio VII de 29 de novembro de 1801, a diocese foi incluída dentro dos limites do departamento de Aisne e passou a ser sufragânea da arquidiocese de Paris.

Em 1817, um projeto para restaurar a diocese de Laon, com o seu território separado do de Soissons, não se concretizou, e Soissons manteve intacto o seu atual território atual.

A 6 de outubro de 1822, a bula Paternae charitatis, do Papa Pio VII, fez com que a diocese de Soissons passasse a ser sufragânea da arquidiocese de Reims.

A 13 de junho de 1828, o Papa Leão XII, com a bula Inter caeteras, concedeu os bispos de Soissons pudessem acrescentar ao seu título o de bispo de Laon.

A 11 de junho de 1901, o Papa Leão XIII concedeu também aos bispos o título de bispo de Saint-Quentin, cidade identificada com a sede original dos bispos da civitas Veromandensis  que está na origem da diocese de Noyon.

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NOTAS DE LEÃO DEHON

A 14 de Outubro de 1865 Leão Dehon inicia a viagem de La Capelle com destino a Roma, para finalmente entrar no seminário Santa Clara. No percurso passou por Soissons para se encontrar com D. Dours, bispo da sua diocese. Em NHV encontramos este registo sobre Soissons e sobre o encontro com o bispo:

“A catedral de Soissons é um edifício de grande perfeição. É simples e austera como as obras do século XII. O seu transepto semicircular com os seus dois andares de galerias é tão harmonioso quanto original. Possui várias obras de arte: no altar-mor, a Adoração dos Pastores, quadro da juventude de Rubens; na nave, Cristo a entregar as chaves a São Pedro, de Philippe de Champagne, tela expressiva e bem desenhada, mas de cor fria; no transepto, a estátua de Monsenhor de Simony, uma bela obra de Foyatier.

Depois do ofício, fui ao bispado e D. Dours recebeu-me amavelmente. Estava ocupado a supervisionar os trabalhadores que estavam a transformar uma adega em capela. Recomendou-me que estudasse teologia moral, que, do seu ponto de vista, era negligenciada em Roma. Falou-me de um projeto vago que queria apresentar aos seus colegas, de enviar alguns seminaristas para estudar em universidades alemãs, de onde regressariam bem armados, segundo ele, para combater as objeções que a impiedade contemporânea lançava sobre a exegese, as ciências naturais e as línguas orientais. Almocei com o Pe. Péronne, um erudito cónego destinado ao episcopado.

Soissons é rica em monumentos e memórias. Visitei rapidamente as graciosas torres de Saint-Jean-des-Vignes, a antiga igreja colegiada de Saint-Léger, as ruínas de um teatro romano no jardim do seminário e o hotel da antiga circunscrição, que se tornou a câmara municipal. À noite estava em Paris” (NHV IV, 118-120).

A visão do belo põe a alma na ordem, na harmonia e na paz, e volta-a para Deus. Porque não amaria o belo, se ele fala à alma e desperta a fé?
Padre Leão Dehon
Vigiai o vosso carácter. Não às palavras que ferem! Sede delicados com todos. A delicadeza é a flor da caridade.
Padre Leão Dehon
A verdade e a caridade foram as duas grandes paixões da minha vida.
Padre Leão Dehon
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